Só o que é bom...

Minha tia Ady se foi na manhã desta sexta-feira.
Foi um choque porque há um mês mais ou menos estive com ela, nunca ficou doente seriamente.
Porém era fumante e tinha 79 anos.

Graças à Deus teve uma vida boa e saudável. Superou a morte do filho único e conseguiu fazer Bodas de Ouro com o amor da sua vida, seu marido, meu tio.

Fica pra mim apenas as lembranças de infância quando nossas famílias era bem unidas. Minha mãe e ela tiveram algumas rusgas, que hoje entendo que foi porque ambas eram duas leoas pra defender sua família, cada qual com suas armas. Não cabe a mim nenhum julgamento. Sei que minha tia foi recebida de braços abertos pela minha mãe, pois conheço a mãe.
Acredito na evolução espiritual, em vida após a morte.

Se tive uma infância mágica, cheia de momentos especiais e cercada de amor foi em parte porque contávamos com a amizade deles.
A gente passava os domingos lá, eu adorava as festas de aniversários, as sobremesas, as comidas que a tia preparava. Era dela a receita de pavê de pêssego que era a predileta do meu pai e que eu aprendi a fazer.
Fora que a tia tem várias irmãs, então era aquela criançada... e criança é um amor, se enturma fácil e logo tá correndo, brincando, brigando, fazendo as pazes e chorando na hora de se despedir.

Tinha um quarto aonde ela guardava seus acessórios, super coloridos, brincos de pressão, uma mais lindo que o outro.

Foram os bons tempos mesmo.

Uma pena é que os caminhos da vida tenham afastado as duas, minha mãe e minha tia.

Quando estive com ela pela última vez era mais por preocupação com o tio Mário que havia feito uma cirurgia. Nunca pensei que fosse a última vez que a veria.

Conversamos tanto, senti uma real alegria dela em saber o quanto estamos bem e nos encaminhando. Falamos dos nossos mortos, das nossas saudades.
Porque é um assunto que está entre nós, não adianta, era natural.

O momento agora é pensar em estar mais perto do meu tio, que ficou mais só que meu pai.
Tio Mário tornou-se um homem só.
Vou colocar em prática o projeto do livro que seria apenas sobre meu pai, mas que decidi que deve ser sobre a vida dos dois irmãos radialistas.
Quero que meu tio saiba que pode contar comigo assim como meu pai contou.

Não tenho muita intimidade com ele, mas sei que temos o fundamental: AMOR.

Comentários

Ana Paula Falanga disse…
Bom mesmo é ter vivido e ter sido feliz!

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