Criança é... criança não é.










Criança é para ser amada, não para ser abortada.
Criança é para trazer alegria, não para ser esquecida.
Criança é para todos, mas não para ser usada como salvação dos casamentos falidos.
Criança, quando tem pai e mãe, é para aprender a lidar com a separação, não para ser usada como arma de um contra o outro.
Criança deve ser vacinada. não para ser levada em postos de saúde nas Campanhas de Vacinações atrasadas (na minha opinião os pais deveriam ser multados).
Criança é para ser admirada, não reprimida.
Criança deve ser respeitada e não humilhada publicamente.
Criança deve estar em primeiro lugar na vida dos pais, não ser um empecilho para que estes justifiquem suas frustrações.
Criança deve ser levada aos circos, parques, teatros, não à bares.
Criança precisa ser vigiada, não ignorada.
Criança dever ser orientada quando errar, não ser castigada fisicamente.
Criança não deve apanhar, mas deve ter limites.
Criança precisa ouvir não de vez em quando, mas não deve ouvir APENAS não.
Criança tem que saber que apesar de tudo dar errado, sempre encontrará os braços carinhosos dos seus pais.
Criança deve ser colocada no colo e ouvida, não tratada aos gritos.
Criança merece ter toda a atenção e não ser deixada para depois.
Criança deve ter os joelhinhos roxos por suas travessuras - isso ouvi do melhor neuropediatra em Curitiba - deve correr, soltar pipa, brincar, e não ser colocada em frente a um videogame o tempo todo.
Criança deve ser tratada como criança, jamais deverá ser tratada como adulto.
Criança precisa brincar, não deve trabalhar, no máximo recolher os brinquedos e organizar sua bagunça.

Criança é tudo de bom, mesmo quando não é planejada. 

Minha criança não foi planejada, aliás, aos 17 anos eu era uma adolescente mimada, pois fui uma criança escolhida, desejada, aguardada, querida e muito amada.
Minha criança nunca teve um vacina atrasada, mas me viu cometer coisas erradas com as quais aprendeu muito, especialmente como não ser.
Porque não sou e jamais serei perfeita, mas ela me admira, porque me vê como uma guerreira.
Sabe que não desisto, sabe que sou verdadeira, franca e que batalho pelo que quero.
Minha criança nunca foi deixada sozinha, para acordar e sentir-se abandonada no mundo.
Minha criança sempre brincou, tinha joelhos roxinhos... fazia bico quando ouvia um não, aliás, foram poucos, mas foi o melhor presente que recebi na vida.
Minha criança teve, assim como eu, todos os seus direitos respeitados, a maior parte dos brinquedos que sonhou e sempre estudou nas melhores escolas desta cidade. 
Porque a minha criança merecia a melhor educação e foi o que almejei para ela.
Minha criança se tornou uma mulher digna, que aos 22 anos irá se formar, tem um ótimo emprego, uma casa comprada em seu nome, muita responsabilidade, muitos objetivos, muitos planos e um sorriso que encanta o mundo.
Minha criança veio na hora certa, não arrependo-me por tê-la tido novinha, por ter passado os melhores anos da minha vida lavando fraldas, fazendo papinhas, dividindo meu salário para que ela tivesse as melhores coisas e nunca se sentisse menos do que ninguém.
Minha criança trouxe uma nova perspectiva de vida aos meus pais, trouxe-lhes alegrias, sorrisos orgulhosos.
Minha criança se tornou uma mulher esforçada, que não tem preguiça de trabalhar.
Minha criança nos proporcionou muitas satisfações com suas atitudes, era sempre correta, elogiada por professores, líder da turma, uma das melhores dançarinas do Centro De Artes da Adriana Digiovanni, foi aquela criança que por ser tão perfeita simplesmente não precisava conferir se fazia a tarefa, aliás, descobri recentemente que ela via isso como descaso meu, mas expliquei que eu confiava nela, creio que tenha compreendido.
Minha criança não teve a melhor mãe do mundo, mas aos poucos consegue entender que teve o melhor que consegui ser dentro do meu mundo.
Minha criança é a mulher que mais amo nesta vida e foi por causa dela que desisti do suicídio, pois dentro de mim, apesar de ser uma criança muita amada, era cheia de medos e frustrações, não tinha auto-aceitação e era um grande "Rei Bebê".
Hoje, vivo, porque quero ser melhor para ela e quero ser uma boa vó para os netos que virão um dia.



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