Para pensar em 2011...

Estou fazendo uma lista com resoluções para o ano que começa. Sempre achei isso uma besteira, porque na realidade muda o calendário, mas os problemas continuam ali.
Só que a gente não deve ser assim tão racional porque a vida é feita de sonhos, objetivos, ideais.

Psicologicamente falando, precisamos de uma data, de começo, meio e fim.

Hoje presenciei uma cena no banco que gerou mais um ponto para ser trabalhado em 2011.
Quero externar minha indignação com a injustiça, não ser mais uma espectadora dos absurdos que vivenciamos diariamente.

Nós, funcionários públicos, temos o "privilégio" de termos uma miniagência, com numerosos "dois" caixas e mais "três" mesas de atendimento ao correntista (endividados em sua grande maioria) e cerca de 8 lugares para nos sentarmos. Pelo menos tem acessibilidade, inclusive ao BWC.

Uma conhecida que faz tratamento contra o câncer há anos, estava parada na porta giratória pedindo encarecidamente para que o segurança a deixasse entrar e sentar-se, pois tinha feito quimioterapia e não sentia-se bem para aguardar em pé do lado de fora, com este calor básico ainda.
Eu ia sair e o ouvi dizendo que não tinha lugar e que nada poderia fazer.

Olhei e vi um lugar.

Pensando que talvez o rapaz com quem eu até simpatizava não tinha observado, avisei-o. Ele veio com um papo que se ela tivesse com uma carteirinha... e não fez nada.

Falei que a lei a protegia, que iria denunciar.
Será que numa cidade como a nossa, nem tão populosa, a pessoa, no caso uma senhora, debilitada visivelmente, com um chapéu pra esconder as falhas de cabelo provocada pelas sessões, iria mentir perante tantos colegas?
Porque ali não é uma agência comum. Ali só vão funcionários públicos.

Certamente esta criatura não sabe o que é ter um câncer maldito corroendo seu corpo.
O que eu passei, passou... mas no caso dela, vai e volta.
Isto é o maior temor de quem já se tratou.

Coloquei-me no lugar dela.

Já é uma b**** estar sem saúde, ter que sair à pé neste calor para receber uma merreca de salário e ainda por cima topar com um desgraçado, infeliz que acha que pra sentar você seria capaz de tudo, até de se dizer doente.

O que será que aprendem os seguranças?
A nos dar insegurança já sabemos,mas e ao que mais?
Bom senso para alguns é matéria para aprender dentro da sala de aula.
O cara foi incapaz de pensar por um minuto "e se for verdade"?

A gente chega no banco e não é visto como um cliente, mas como possível assaltante.

Só que neste caso esbarrou não só no péssimo treinamento, faltou caridade, amor ao próximo, SOLIDARIEDADE.

Fiquei muito abalada porque sei bem como a gente vê o mundo sem cores quando temos esta doença, parece que nada nos pertence mais... e quando algo dá errado toma dimensões enorme em nossos corações.

Não vou mais ficar quieta.
Até hoje penso no cara que pegou um cachorro no trapiche da Ilha do Mel e jogou na água ao lado da barca que estacionava.
Fez isso para o filho... e dava risada. Vi muita gente indignada mas ninguém tinha visto quem foi o monstro.

Só me calei porque o Hélio não gosta do que chama de "barraco".

...mas até hoje penso que deveria ter falado.

O cachorro não morreu.

Por isso em 2011 sempre que eu puder fazer algo para ajudar alguém contra alguma injustiça eu o farei.


Não vamos mais deixar que o errado prevaleça.

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