Perdas...

Mais uma pessoa do meu círculo pequeno de amizades se foi.
Que ano é este?
Lembro quando ouvia alguém falar que tinha perdido pais, tios, primos, amigos e eu agradecia por não ter perdido nenhum.
Ah...mas a vida é assim.
Chegou minha vez de começar a contar nos dedos quantos estão partindo.
Restam-me a saudade, as fotos, as lembranças e a gratidão pelo imenso privilégio de ter convivido com tanta gente boa. Tanta gente especial, gente de verdade, elegante, bonita e sincera, parafraseando Lulu Santos.
A morte nos espreita.
Não temos noção de quando será nosso último dia, último encontro...ninguém sabe quando seremos arrebatados.
Já sinto falta de estar à mesa com a Dolly, Luiz e a Mariza, tomando vinho ou bebendo um chá, falando sobre a vida, sobre arte e a cultura.
Com eles aprendi muito, fui aos museus, conheci artistas, viajei para outros países e tomei conhecimento das outras culturas, ouvi música clássica, conheci outros cantores dos anos 50, 60; sem levantar da cadeira em que estava.
Era mágico!

Alguém consegue entender o que significa este buraco? Este vazio?
Aceito que tenham partido mas não posso deixar de lamentar.

A morte não me causa um sentimento inexplicável, tenho curiosidade por ela, sempre tive.
Medo só do momento em que ela leva pessoas que amo.
Não tenho medo de morrer.
Ela sempre esteve por aqui, perto de mim.
Foi ela que impediu que conhecesse meu irmão gêmeo, maldita morte.

Muitas vezes ela é um alívio, muitas vezes não.
Fui entender que não poderia me matar quando pari minha filha. Aquele serzinho contava comigo dali pra frente.
Filho precisa da mãe.
Um dia também me dei conta o quanto teria sido egoísta e injusta se fizesse meus pais enterrarem o segundo filho.
Quando ela veio me buscar, a dona Morte, simplesmente a enfrentei e venci. Fechei a porta em sua cara.
Meus pais e minha filha não mereciam passar por isso.
Eu tinha que viver...

Muitas coisas aconteceram nos últimos anos, coisas ruins, coisas que me marcaram.
Acabei me isolando de muita gente, quis me punir por meus erros, sofri e muito.
Hoje com tantos amigos indo embora lamento não ter estado junto mais tempo.
Aquela culpa sempre aparece, ela é meu bichinho invisível de estimação.

Eu deveria ter visitado-os mais vezes, desfrutado da presença maravilhosa de cada um.
Prometi visitar a Dolly e não fui, assim como poderia ter ido ver o Lu mais vezes e poderia ter ido conversar com a Mariza quando esteve aqui mês passado por ocasião da partida do Luiz.
Aquele buraco escuro em que havia me enfiado
Esta estúpida mania de achar que teremos tempo.
.


Que tempo???
Quem disse que ele nos pertence para deixarmos pra amanhã o que não podemos fazer hoje?
Viver só por hoje, um dia de cada vez e nunca deixar nada pra amanhã.
A vida está sendo dura ao me provar que procrastinação só nos tira momentos...


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