As palavras...

Imagine a seguinte situação, algém lhe sugere que apareça numa reunião familiar pra mostar suas mercadorias. A pessoa que sugere faz parte desta família, mas mesmo conhecendo desde que nasceu todos, você como tem "semancol" decide perguntar pra outro membro (com quem você tem mais liberdade) qual a sua opinião. Ainda toma cuidado de dizer que não quer ser "entrona" para que sinta-se a vontade de dizer não.

Imagine a seguinte resposta:

"Não querida, o encontro é bem íntimo, só pra nossa família mesmo, não acho legal ficar vendendo jóias, mas sábado sempre estamos reunidas então poderia aparecer. Desculpe, espero que entenda".

Compreensível né? Não magoaria ninguém, seria sincero e bem direto.

Agora imagine desta forma:

" Não e não, é um encontro de família, só pra minhas irmãs, não tem nada haver ficar vendendo jóias, além disso, minha irmã está vindo de Curitiba pra contar sobre sua viagem. Se quiser vender pra fulana liga pra ela, o número é tal, mas quinta não".

É a mesma coisa dita de forma diferente.
Aconteceu comigo esta semana.
Desde domingo parece que estou com uma "zica", primeiro foi aquela infeliz na casa da minha sogra, aí veio a ex-empregada que se fazia de gente boa e resolveu colocar as garras pra fora.
Pra encerrar com chave de ouro esta minha "amiga" faz isso.

Coloquei pra ela que fiquei chateada pela maneira como ela se expressou, mas sabe como são as pessoas arrogantes, falou que eu teria dois trabalhos, ficar chateada e "desficar", se eu preferia que ela tivesse mentido, enfim, disse que eu sempre fui assim, faço tempestade em copo dágua, se sou contrariado vou com duas pedras na mão. Depois fiquei pensando porque perdi meu tempo, afinal, a família no geral nunca admite um erro. Acredito que a palavra "desculpa" não faça parte do vocabulário deles.
São pessoas muito boas, mas não enxergam seus defeitos.

Sei que sou bem osso duro, mas depois que fiquei doente aprendi a não ficar brigando à toa com ninguém, mas também sei o quanto ficar guardando faz mal.
Não quis brigar, tentei apenas mostrar que existem maneiras e maneiras de se dizer a mesma coisa. Até agora ela não me compreendeu, ficamos num bate-boca (via depoimento de orkut) totalmente desnecessário. Ambas achamos que temos razão.

Claro que EU tenho razão.
Ela disse que eu interpretei o texto erroneamente, claro, ela deu margem pra isso.
Não adianta, escrever é um dom.
Não basta ter pós-graduação, doutorado...se ao escrever não percebe o impacto das palavras.

Palavras são assim, servem pra unir ou pra nos separar.
Podem nos emocionar ou apenas nos indignar.
Pode ser mais agressiva que um tapa na cara.
Alguns mudam seus conceitos ao ler artigos bem escritos.
Outros reforçam suas idéias quando se deparam com alguns absurdos.

Palavra falada é diferente de palavra escrita.
Você pode dar uma péssima notícia na medida certa se souber como falar, que tom usar.
Ou pode ser extremamente frio se preferir ser rápido e sucinto ao colocá-las no papel, como esta pessoa, sei que não fez por mal, mas com quase 40 anos ela deveria ter aprendido a lidar com as pessoas.

A palavra une e separa.
Promove encontros e desavenças.
Acalenta, consola, mas também destrói, mata.

Tome muito cuidado com o que você fala, especialmente com o que escreve.
Releia seu texto diversas vezes antes de encaminhá-lo.
Às vezes a gente não quer ser grosseiro, mas por pressa e desatenção acaba sendo.

Pense nisso! E boa sorte!

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