Tenho orgulho de mim... é sério!!!

Depois de muitos anos convivendo com a depressão, com angústias e traumas que marcaram meu nascimento, sem ao menos eu entender quem era e para que vim, hoje, no alto dos meus quase 40 anos, posso dizer que quando penso em mim, sinto orgulho do que sou.

Também gosto muito de pensar que meus pais sentiriam a mesma coisa, aliás, eles sempre tiveram orgulho de mim, mesmo diante de todos os meus problemas...

Não sou modesta mesmo, que hipocrisia a pessoa que diz que não consegue se analisar, se enxergar. Talvez falte um pouco de auto-análise.
Sei que eu penso, reflito, pondero muito, mas clarom muitas vezes escolho o caminho errado, tomo a decisão menos acertada para logo em seguida me arrepender.
Mesmo assim, é difícil quem consiga este grau de discernimento.

Durante muito tempo eu não gostava de pensar o que seria de mim sem meus pais.
Passaria fome?
Conseguiria me bancar?
Iria permanecer no mesmo padrão de vida?
Seria capaz de ter um dinheiro sobrando para comprar um remédio para minha filha quando esta precisasse?

Muito medo sentia quando me fazia tais perguntas.
Evitava pensar, não conseguia imaginar minha vida sem meus pais, não só pelo lado afetivo, mas pelo lado financeiro também...

Depois de algumas cabeçadas, de jogar algum dinheiro no lixo, hoje posso dizer que sei bem para que vim e o que quero.
Acabou aquela vida sossegada de vadiagem que eu tinha...

Lembro do tempo em que trabalhava na prefeitura, ficava lá por volta de 4, 5 horas diárias, embora eu cuidasse dos processos, tirasse fotos, cobrisse eventos, fizesse filmagens e produzisse matérias, não eram todos os dias que tinham estas funções para executar.
Muitas vezes chegava, recolhia os jornais locais, estaduais e nacionais e lia as matérias que mais me interessavam, sempre separando as que o prefeito poderia aproveitar também, embora sempre duvidasse disso.
Era uma vida sem perspectiva, já que nunca quis puxar o saco de ninguém pra melhorar meu cargo, afinal, eu já trabalhava o suficiente para enxergarem isso.

Hoje posso dizer que não sinto saudades alguma deste tempo. Nem de ninguém.
Foi válido porque mil vezes trabalhar ali sem ninguém pegando no pé do que em outro lugar.

Agora as coisas são tão diferentes que se eu não anotar meu itinerário ao sair de casa não consigo atender todo mundo.

Acordo cedo, por volta de 8h.
Quando não preciso sair de casa para resolver algo, fico aqui fazendo faxina, colocando ordem na bagunça, cuidando dos meus.
Faço almoço diariamente, com muito prazer porque acho isso quase sagrado, embora tenha dias que eu quisesse dar um tempo da cozinha.

Atendo minhas clientes, atendo minha equipe de vendedores, todos sabem que podem contar comigo para o que der e vier.
Eu adoro o que faço.
Faço com prazer.

Há momentos que olho minha vida e penso que apesar do vazio deixado pelos meus pais sei que sou muito feliz. Sinto isso no meu peito.

Tenho um gênio forte, preciso respirar e contar até 10 para não levar desaforo pra casa, mas uma coisa eu sei, não prejudico ninguém, não devo nada, ando na rua de cabeça erguida, podendo ajudar eu ajudo...

Só que ninguém me tira pra otária.

Postagens mais visitadas deste blog

A morte...

Quem tem boca fala o que quer pra ter nome...

Marcelo Dourado, o vencedor do Big Brother Brasil 10?