Um anjo em minha vida!










Após 18 dias na capital paranaense chegou a hora de voltar pra casa.
Hoje passei pela agonia de retirar os pontos, como doeu, como ardeu... mas desta vez me controlei, me retorci, mas não gritei.
Nem chorei.
Estou aprendendo a ser gente grande, gente forte, "mulher-homem", como diz um amigo.

O dia foi perfeito, sol, calor... passeio, comidinhas gostosas, parque...mas teve aquela tristeza pairando no ar.
Sim, mesmo sendo bom poder voltar - mais do que isso, é inevitável - sentirei saudades da Li, todos os dias tão presente ao meu lado.
Digo que meu coração está dividido, partido, chorando.

Não vai ser fácil a despedida... nunca foi.
A gente sempre diz uma pra outra que a vida seria mais leve se pudéssemos ter o prazer de morarmos na mesma cidade, para corrermos uma pro lado da outra.

Tenho muitos amigos, não posso me queixar.
A vida ainda me surpreende dando-me alguns todos os anos, talvez pra compensar aqueles que desaparecem.
Nosso coração não erra só com amores, paixões, mas com amigos também.
A verdade é que embora eu seja uma pessoa de temperamento difícil, gênio forte, há algo que tenho e bato no peito pra dizer: A.M.I.G.O.S.
Oxalá nunca me faltem!

Não estou naquela fase das épocas juvenis, quando não desgrudava dos meus amigos, nem do telefone quando não podíamos estar presentes.
Meus amigos de verdade ultrapassam os dedos das duas mãos se eu for contar.

São amigos que posso confiar, que posso contar e é recíproco.
São pessoas que não me julgam, me conhecem até mais do que eu mesma.
Há amizades que contabilizo mais de 25 anos...
Deus sempre me presenteou com amigos sinceros.

A Lile conheci há cerca de 15 anos, na praia de Ipanema.
Como dizíamos na época, eu já flagrava a polaca das noites... meio hippie, com cara de mal humorada (me identifiquei).
Aquele jeitão que não curte se fazer de "mulherzinha", delicadinha...meio malandrinha, meio piá.
Eu me via nela. Tipo eu, mais jovem e loira.
Também não é esta loira de salão, loira mesmo, polaca, olhos azuis.

Um dia estava num bar e ela chega com um amigo, o falecido Touro, que tentava ficar com ela, que claro, tentava fugir... rsrs
Aí puxei papo, a convidei pra ir com a galera no apartamento e desde então nos tornamos amigas.
Teve uma época que eu vinha bastante pra cá, a gente curtia muito as noitadas curitibanas, sempre naquele ritmo... a depressão me batia na hora de descer... sempre...
Vivemos muitas coisas, passamos até uns anos separadas por causa da vida mesmo, correria, relacionamentos.
A gente nunca brigou de ficar sem se falar.
Coisa inédita em se tratando de convivência comigo, que sou chata e ciumenta.
Acho que a Li relevou muita coisa sempre.

Temos uma boa diferença de idade cronológica, mas nunca nos atrapalhou.
Lembro que nas nossas primeiras saídas aqui, em Curitiba, ela tinha que acordar cedo no dia seguinte pra ir ao colégio... de uniforme ainda!
Muitos shows, muitos churrascos, muitos porres, muitas histórias.

Muita coisa se passou com a gente.
Muita mesmo.
Coisas ruins, coisas boas.
Posso dizer que amadurecemos, ela ainda encontrou um caminho pra viver melhor bem antes que eu.

Pena, se eu tivesse seguido seu exemplo poderia ter evitado muito sofrimento, mas o despertar é individual, o meu é mais lento...
Tornou-se advogada, mulher, responsável, parou de trazer o sofrimento para sua vida... virou meu anjo.

Graças ao SMS ilimitado não passamos dois dias sem nos falarmos.

Fiquei aqui 17 dias.
Dormiu ao meu lado num sofá duro no hospital, ajudou-me a tomar banho segurando os drenos, secou minhas pernas, minhas costas (quase estourei meus pontos de tanta risada porque obviamente secar partes íntimas seria constrangedor, então rachamos de rir e nem foi necessário) além disso, ela cuidou das minhas roupas, esvaziou os drenos, serviu de motorista, enfim, teve toda a paciência do mundo, toda a dedicação.
Tanta coisa ela fez por mim nestes dias, não tem como eu enumerar aqui.

Certamente intensificamos os laços, para sempre...

A Lile é minha irmã, não tenho dúvida alguma.
Escrevo com os olhos cheios de lágrimas, nem sei dizer se já são de saudades ou de emoção, pois tantas pessoas passam pela vida sem saber o que é isso.

Desde o início eu sabia que tínhamos uma ligação especial, sobrenatural...

O amor tem várias facetas, quando encontramos anjos em nossas vidas a quem podemos chamar de amigos-irmãos, então não precisamos nos sentir desamparados.

Amo você amiga.
Conte comigo até os últimos dias das nossas vidas e se tudo der errado, lembre-se do Plano B: moraremos juntas na velhice e nos cuidaremos... mas creio que será desnecessário... rsrs

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A morte...

Quem tem boca fala o que quer pra ter nome...

Marcelo Dourado, o vencedor do Big Brother Brasil 10?