Isabela Nardoni



Finalmente, após dois anos, poderemos talvez, conhecer hoje o veredicto sobre um dos casos mais chocantes deste país.
Uma menina, com apenas 5 anos, foi passar mais um fim de semana com o pai, a madrasta e os irmãos caçulas, mas ao invés de retornar pra casa da mãe no domingo, encontra a morte.

A pergunta que acredito jamais ser respondida é: POR QUE?

O que houve com este casal aparentemente normal para que praticassem este ato?
Ah, desculpe, não tenho dúvidas que foram eles. Acredito nas provas da promotoria, no que minha intuição diz, no que o olhar frio deles demonstra.

Assusta-me pensar que a maldade humana pode vir de quem deveria protegê-la. Depois do menino João Hélio, arrastado por bandidos por vários quilômetros preso ao cinto de segurança, este foi o caso que mais me abalou.

AMO CRIANÇAS... elas são puras, são anjos. Queria tanto que os adultos as respeitassem, mas infelizmente nem todos pensam assim.

Neste caso, o agravante é que o pai participou, os avós paternos parecem compactuar. A menina sofreu muito, foi agredida, jogada como um saco de lixo no chão, arremessada pela janela como uma bolinha de papel.

Não daria tempo para uma terceira pessoa estar na cena do crime, foi provado pelo promotor.
Segundo testemunhas, assim que desceu, Alexandre Nardoni não se preocupou em chegar perto da filha caída no jardim para ver se ela ainda estava viva, não esboçou tristeza, nem desespero, não chorou.
Que pai se preocuparia apenas em afirmar que havia uma terceira pessoa num momento destes?

Dizem, "o peixe morre pela boca", está aí um exemplo.

Do outro lado, penso na pobre mãe, nos avós maternos. Que culpa não devem sentir, afinal, pensando em fazer o bem, entregaram a menina para seus algozes. Claro, jamais alguém pode prever tamanha brutalidade.
Não tem culpa de nada, mas creio que nestas horas tudo passa pela cabeça.
Deve ser difícil pra ela tomar conhecimento dos detalhes do crime, lembrar do corpinho da filha com arranhões, machucados, imaginar seu sofrimento, sua dor... se nós nos comovemos, imagine quem a conhecia?

Isabela, uma princesa, como tantas outras menininhas de sua idade.
Meiga, doce... a alegria da casa...
Teve sua vida interrompida brutalmente e o que fez pra causar uma reação tão violenta?
Não dá pra imaginar nada que justifique.
Tantos sonhos, tantos momentos doces entre mãe e filha, tantas esperanças perdidas...

Lembro, como algumas pessoas chegaram a questionar a atitude da mãe que num primeiro momento dava entrevistas sem chorar e por vezes até esboçava um sorriso de agradecimento por tantas pessoas sensibilizadas com o caso.

Alguns levantaram a estúpida possibilidade dela ter algo haver com o crime.

Eu sabia, de alguma forma, que a pobre mãe estava em choque. Tudo era surreal, a morte de sua princesa, os holofotes virados pra ela, a desconfiança da participação do pai.
Pobrezinha da Ana Carolina, demorou pra sua ficha cair.
Parece que Deus cria uma proteção em volta da gente quando imagina que o sofrimento é imensurável.

Muitas vezes conversei com meu pai sobre este crime, que certamente foi o último que mais o chocou enquanto esteve aqui. Puro e boníssimo, nunca compreendeu como eles puderam fazer isso.
Engraçado, nestas horas, quando algo ruim me choca, penso que é melhor que ambos - meus pais - não estejam aqui pra presenciar tamanha brutalidade.

O que podemos esperar do mundo em que vivemos?
Nosso pior inimigo é um outro humano, já pensou nisso?

Como cidadã, espero que justiça seja feita, que estes dois apodreçam presos e que toda vez que fecharem os olhos nunca esqueçam do ato repugnante que praticaram.

Que Deus conforte o coração da família lhe dando em dobro muitas alegrias para compensar tamanho sofrimento.


E que Deus possa acertar logo as contas com estes dois monstros.

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