Só as mãe são felizes...ou só as mães são infelizes???




O título da postagem é pra ser bem sarcástico mesmo, assim como o tema e a forma como abodarei aqui.

Não vou citar nomes para não causar embaraços e porque se não expomos nossos problemas; os dos outros então...ainda mais assim em rede mundial.

Minha amiga, que chamaremos de Zelda Scott, está passando por um momento hiper complicado de sua vida.
Admiro-a porque não tem medo de sofrer, ela mete o dedo na ferida pra ver qual dor vai sentir.
Sempre foi assim.

Quando criança era uma filha mimada, mas tinha seu limite porque seus pais eram pessoas espetaculares. Ao mesmo tempo que ganhava a boneca tão desejada, a bicicleta, o ovo da Páscoa, também ouvia "não" quando realmente era necessário.

Algumas passagens de sua vida parecem novela mexicana, as quais não citarei para presevá-la.

Fez muita besteira... vixe... viveu uma época a mil...
Bebia, se endoidava em algumas noitadas, mas cultivava a admiração e o respeito dos amigos porque sabia ser amiga, sabia ser honesta e era fiel.
Então mesmo vivendo num quase submundo ela tinha dignidade.

Não cabe a ninguém julgar o porque de algumas pessoas precisarem tanto se drogar para curtir.

Ainda bem que pra ela foi apenas uma fase, da qual se arrepende em partes.

Mãe cedo, adolescente ainda, sozinha, contou com o apoio de sua família sempre. Poderia não ser a melhor mãe do mundo, mas foi a mãe que conseguiu ser.
Nunca deixou faltar nada à filha, mesmo que precisasse parcelar em 10 X a menina não deixava de ter a mochila mais bacana, o tênis, a roupa.
Talvez tenha sido um erro se sacrificar tanto, mas como eu já disse, ela foi a mãe que conseguiu ser.

Sentia culpa, lembro-me como se fosse ontem das vezes em que chorou pelos momentos em que não esteve presente.
Natural que uma pessoa tão jovem de vez em quando quisesse sair com amigos, viajar, sentir-se livre...não era por mal.
Como eu disse, há detalhes na vida desta minha amiga que a tornaram alguém às vezes meio rebelde, até revoltada.
Juntando-se a isso, a pouca experiência de vida e a proteção dos pais.

Ela fazia o que toda pessoa da sua idade gostava de fazer, com o agravante de regar tudo com alcool e outras "cositas".

Passdos quase 20 anos, hoje se encontrá-la não irá imaginar que já foi tão "porra louca". Não tem nem 40 mas é super sossegada, caseira, tranquila.
Adquiriu maturidade, algumas feridas mais profundas, uma certa tristeza que vai e volta.

Veio queixar-se da filha, uma moça de quase 20 anos que ainda mora com ela.

Disse que certo está aquele que anota todos os gastos que tem com seus filhos desde que nascem, não para cobrá-los, mas para lembrá-los quando resolverem ser ingratos.
A filha estava ajudando-a num comércio, dali ela tirava o sustento da família, estão cheios de dívidas, mas conseguem ter uma vida razoavelmente confortável.
Porque confortável para minha amiga é abrir a geladeira e ter frios, frutas, verduras, carne, leite... poder se dar ao luxo de comer um salmão vez ou outra.
Aceitava a presença do namorado da filha, desempregado, sem sequer questionar nada.
"Afinal", disse ela, "minha filha me ajuda tanto que merece esta regalia".

As coisas começam a ir bem, mas daí a harmonia da casa se vai.
A garota pensa que a mãe não está sendo justa. Diz que ela precisa "aprender a ser mãe".

"Justo eu?!", questiona.

O que a indigna é que mesmo com o dinheiro entrando, é sempre devagar, dia-a-dia, ela não compra perfumes, nem roupas pra ela, por isso não aceita a atitude da filha.
Não existe entre elas demonstrações de amor.
Ela percebe com tanta tristeza e decepção que a menina que criou e recebeu com tanto amor simplesmente não consegue enxergar que ela apenas foi a mãe que conseguiu ser.
Com todos seus defeitos, seus traumas, seus medos, angústias...

A filha queixa-se que faz tempo que a mãe não a abraça, mas há quanto tempo ela não faz nada pra agradar esta mãe?
Eu vejo minha amiga Zelda como tantas outras. Até como a minha Rose.

Ela superou obstáculos e é uma mãe boa. Daquelas que corre atrás, que cuida de todos, que se dedica à família, que muitas vezes até se anula pelo bem coletivo.
Disse com uma decepção nos olhos que agora é bem capaz de terem que separar os alimentos colocando etiquetas com os nomes dos seus respectivos "donos".

Não sente gratidão por parte da filha.
Não consegue demonstrar mais o amor que sente por ela.

Triste. Muito.

Só que desta vez ao menos ela sabe que não tem culpa, pois seus acertos foram bem maiores que seus erros.

Ela é o que consegue ser.

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