Sentimentos que afloram...







Na última segunda-feira de 2008, consegui vencer a preguiça e "arrastei" o Hélio pra ver o nascer do sol na Ilha do Mel, aonde passamos o reveillon.
O espetáculo valeu à pena, pois a natureza sempre nos brinda diariamente.

Quando eu era criança, costumava sair da cama de madrugada e ficava espiando a rua pela janela da frente da nossa casa. Jurava que os anjos ficavam passeando quando não havia ninguém para ver. Realmente eu tinha a imaginação bem fértil, ainda tenho um pouco...
Lembro que olhava as estrelas e imaginava que cada uma delas era uma janelinha do céu, o brilho nada mais era do que as pessoas que tinham morrido passando em frente da luz... pensava nas minhas avós, nos meus avôs...e no irmão que não cheguei a conhecer... Ludoviquinho...

Ver o dia nascer renova a alma de pessoas sensíveis como eu. Renasce algum sentimento de esperança e fé, nos traz à uma reflexão de que não somos "donos" do nosso destino, há Deus por trás de cada gesto, cada palavra, cada atitude.

São nestes momentos que sinto Deus presente.

As lembranças da minha infância afloram em determinados momentos, como este.
Tinha uma época que era comum ver o sol nascer de dentro do carro, indo para Florianópolis visitar meus parentes. Acordávamos antes do sol nascer, íamos meio sonâmbulos, ainda era um tempo de família unida, o outro herdeiro era pequeno e ainda dava para conviver com ele. Minha mãe preparava sanduíches, levava bolachas e uma garrafa térmica azul cheia de coca-cola. Mesmo assim ainda parávamos no Restaurante Sinuelo para almoçarmos... eu adorava o frango à milanesa deles. A pista era em mão única, a viagem levava cerca de 8 horas... mas era muito bom, a gente adorava... sempre gostei de estar perto da minha família, dos meus tios e primos.

Como eu tive uma infância feliz! Por isso que ainda hoje digo, que apesar de todos os problemas e percalços, não posso me queixar.

Olhando as fotos que tenho dos meus pais, não deixo de lembrar dos momentos felizes que tive com eles. Alguns dizem que não é bom ter fotos de mortos espalhadas pela casa... mas... não consigo retirá-los dos porta-retratos. Eu preciso olhar para eles de vez em quando e relembrar de onde eu vim, pois se hoje me sinto só, porque minha família diminuiu tanto em tão pouco tempo, não foi sempre assim. Meus pais mesmo, tiveram meus avós, que perderam, mas formaram a nossa família e conseguiram ser felizes.

Tenho certeza que a saudade, a dor, a tristeza e este sentimento de solidão - até porque não sou sozinha - irão ser amenizados pela ação do tempo.

Foi muito bom ser filha deles... e ainda é...

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