Altos e Baixos

Sinceramente, queria muito saber escrever bonito.
Escrever bonito para falar de coisas feias.
Alguns dias acordo tão bem, sinto-me tão feliz...

Em outros porém...que vontade de sumir do mapa!
Hoje sinto-me num destes dias.
Será que sou bipolar?
Ou será que, como disse um amigo, Rodrigo, são apenas sentimentos que precisam ser explícitos e se alternam?

O bem e o mal.
A tristeza e a alegria.
A vida e a morte.
O amor e o ódio.
A fé e a desesperança.
A agonia e a paz.

Olho-me no espelho, ainda sou a mesma pessoa de sempre. Não tenho rugas, nem marcas de expressão.
O rosto está um pouco cansado.
Meu olhar perdeu o brilho, posso ver claramente.
Bem, sobre meu corpo, prefiro não comentar.
Este sim envelheceu. Esta casca velha e cheia de marcas. Cicatrizes.
Não ligo para isso. Não ando nua por aí mesmo.

A vida marcada pela morte não é nada legal.
Minha vida é. Não tem como eu fugir disso.
Meus pais se mudaram, foram viver no céu, são dois anjos de pureza e bondade.

Tenho saudades sim.
Queria poder abraçar um pouco mais, estar mais perto, conviver mais...
Lamentações... só isso.

Sempre quando vejo um idoso lembro-me deles.
Aliás, lembro mais, porque não há um dia que passe sem pensar em ambos.

Quando minha mãe ligava e dizia que só queria saber como estávamos.
Quando ia dar boa noite pro meu pai e acariciava seus cabelos brancos...


(droga, não é legal chorar na loja)

Puxa.
Nestas horas eu penso "será que a vida vale à pena"?
A gente vive pra um dia perder nossos pais, isso é natural, mas depois?
Fica a saudade, o vazio, a tristeza?

Que graça então tem isso? Qual o propósito disso tudo?

Minha família hoje se resume em minha filha, que nunca irá me abandonar e no Hélio, que um dia pode se cansar. Torço para que nunca aconteça.

Sim, tenho minhas tias, que estão bem velhinhas e longe de mim. Nunca falo com elas.
E tenho meus primos.
Os que contam mesmo são cinco: Maurício, Marcos, Eden, Danielle e Jayson.
Da familia do meu pai sobrou o tio Mário. Que nunca vejo. Só.

Sinto-me só. Chata e sem graça. Feia.
Faltam meus pais.
Fui muito amada, muito mimada, muito querida.
Fui...

Saudades de me arrumar e ouvir deles que sou a pessoa mais linda do mundo.
Minha mãe faria com certeza apenas uma ressalva: "tem que cuidar pra não engordar mais"... sempre preocupada com isso.
Porque ela engordou muito quando perdeu a mãe e o filho. Não queria isso pra mim.

Sinceramente, não sei se tenho AMIGOS.
O que é uma amigo?
Alguém que está sempre contigo?
Ou aquele que aparece apenas quando você marca algum churrasco?

Estou sendo radical. Claro que tenho amigos queridos.
Do mesmo jeito que sou ausente em suas vidas, eles também são na minha.
A gente fica maduro e deixa de andar em bandos.
O que é uma pena.
Era legal se conseguíssemos cultivar os amigos tão presentes em nossa adolescência.

Porém, mesmo com pouco contato, sei bem com quem posso contar quando realmente preciso. E também estou perto quando o bicho pega para eles.
Posso dizer que tenho mais de cinco amigos de verdade.

Estou cansada de determinados comportamentos.
Cansei de ser aquela que sempre convida, que sempre procura. Agora deixo de lado. Não vou atrás de ninguém. Nem faço questão.
Tem muita gente que só nos procura quando precisa.
Eu não preciso de ninguém.
Quer dizer... melhor não explicar...

Só me recuso a pensar que amiguinhos de Orkut são os mesmos da vida real.

Quer saber?

Cansei.
Vou ver se cato o José (meu filho postiço) e através dele volto a ficar mais alegre e ter esperanças.

Como diria Cazuza:

"EU ANDO TÃO DOWN"

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