Eu & Minha Alegria

Hoje caminhando no calor de Paranaguá, quase me esvaindo em suor, refleti sobre como é fácil a gente se queixar da vida, esquecendo o que de bom temos.
Isto é do ser humano, enxergar facilmente as coisas que lhe faltam e sofrer por elas, deixando de lado o resto. Aquele que deveríamos lembrar de agradecer diariamente.
Enquanto eu me sentia desconfortável andando no sol, lembrei das horas que passei presa a um leito de hospital, em razão da minha masectomia.

(Calma... foi só 1/4 gente...)

E quantos estariam em leitos enquanto eu caminhava?
Quantas pessoas não podem andar mais? Como a Monik do caso de Caiobá.

Será que temos o direito de ficar reclamando da vida quando temos TUDO?

Claro que não.
Por isso que eu me sinto meio bipolar. Ao mesmo tempo que bate aquela enorme tristeza que me faz chorar de um momento para o outro, sinto uma emoção enorme apenas pelo fato de pensar que estou viva, tenho saúde, uma filha linda e um marido amoroso... e estamos todos saudáveis, graças à Deus!
Tenho minha família.

Tenho saúde para trabalhar e inteligência para raciocinar.

Tenho uma casa, um teto só meu.

Sei que tenho que lutar contra este monstro que é a depressão... sem remédios, sem psicólogos nem nada. Isto está aqui dentro e cabe à mim resolver esta parada, pois sei bem como é... falta a serotonina e o lado emocional somado aos meus problemas e tristezas são razões suficientes para ter recaídas.

Não posso me entregar. Por isso todos os dias procuro caminhar na avenida, refletindo sobre a natureza, as coisas boas que tenho aqui... assim vou afastando os fantasmas da mente.

Porque na verdade, a vida é aqui... e agora.

Não posso viver do passado.
Foi maravilhoso, faz parte da minha história e moldou o ser humano que sou hoje, mas ainda não acabou.
Tenho muito o que aprender, muito para fazer.
Nunca deixarei de sentir a falta dos meus pais.
Simplesmente porque eram inigualáveis e são insubstituíveis.
Resta seguir o exemplo de vida deles, lembrar do quanto eram simples e felizes mesmo sem uma vida de luxo. O que aliás, nunca foi minha pretensão.

Bem, simplicidade é algo que aprendi com eles desde pequena. Nunca senti vergonha de limpar a frente da minha casa. De ir ao supermercado com uma roupa mais batida ou com o cabelo avacalhado.

Eu cresci me preocupando muito com o que os outros falavam de mim.
Ia para o colégio com duas calças porque era tão seca que os meus colegas debochavam.
Amadureci, minha personalidade se fortaleceu, percebi que não fazia parte deste mundinho comum de futilidade e de "modinha".

Uso o que quero, mesmo que muitos achem ridículo, patético.
Faço o que quero também, não devo nada à ninguém.

Estar me sentindo bem e feliz é o que basta.

Quando raspei a cabeça, a zero, ao contrário do que muitos pensaram e devem pensar até hoje, não foi o fim do mundo.
Muito pelo contrário. Fui única durante aquele período.
Eu fiquei LINDA... desculpa, mas é verdade. Meus pais diziam sempre que eu era um bebê com cabeça perfeita, pois a Jéssica também era.

Eu parecia uma hare-krishina... com minhas saias, batas e vestidos indianos.

Um fato que me marcou neste período, foi na festa de lançamento do primeiro cd da banda do Hélio.
Eu, careca, pela primeira vez na balada, com um conjunto indiano maravilhoso azul, com bordado dourado, que ganhei da minha amiga Dani... dançando música eletrônica com o edson duarte... uma pessoa incrível, uma verdadeiro artista...

Não ligo pro que falem de mim.

Por isso sou daquelas que vai pra piscina de biquini, mesmo barriguda e flácida. O importante é o bronzeado... me sentir bonita e com aquelas marquinhas que o meu amor gosta...
Tem tanta gente preocupada em colocar silicone, fazer plástica, falar sobre os últimos lançamentos da Cântarus, que se esquecem de cuidar da alma... da cabeça... e ficam sozinhas...
O corpo é só uma casca.

O importante é a semente de dentro... por isso tenho que vigiar meus pensamentos para que sempre estejam positivos...

E levar a vida do jeito que ela vem...

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