25 de dezembro de 2008

Digito este texto deitada na cama ao lado do Hélio, assistindo o "Rei" na televisão, já que não temos tv por assinatura, nem lembramos de pegar um filme. Por sinal, acho que estou velha mesmo, pois estou até gostando do programa!

O dia hoje foi menos dolorido que o de ontem, consegui sobreviver.
Tenho muita sorte, muito por agradecer e me alegrar, pois tenho a possibilidade de ter uma segunda família. Seria triste demais passar a noite de Natal sozinha. Se bem que tenho certeza que alguém ia me socorrer...
O importante é que assim não perco o meu referencial de família, porque o luto que sinto poderia me afastar de tudo.

O Natal mexe com o sentimento de solidariedade das pessoas, mas é uma pena que não dure mais que uma noite. Hoje todos falam das dificuldades dos que moram nas ruas, dos órfãos, dos desabrigados, dos necessitados, mas porque será que não conseguimos aprofundar este sentimento?
Penso que se houvesse mais boa vontade, mais caridade, não teríamos que ver tanta gente passando por privações absurdas.
A pior coisa que um ser humano pode sentir é fome. Sou contra dar esmola, mas não consigo negar comida. É uma das coisas que nunca senti falta. Nunca fiquei com vontade de comer algo, graças aos meus pais que nunca me deixaram faltar nada.

Rola muita hipocrisia nesta época. De um lado pessoas que movidas pela figura querida do Papai Noel, dão presentes para crianças carentes, mas só nesta época se lembram delas. Pior que há gente que nem assim. Confesso que queria ter pego uma cartinha no correio, mas perdi o prazo.
Só que pretendo em 2009 fazer algo beneficente, quero montar um projeto e atender as pessoas de alguma forma. Não adianta se indignar e não se mover.

Tenho tanta coisa boa, eu sinto necessidade de ajudar as pessoas e se não encontrar uma maneira vou me sentir sempre inquieta.

Natal, natal, natal...

Visitei meu tio Mário e tia Ady. São meus parentes mais próximos. Eu olho pro meu tio e chego a ver meu pai. Eles são parecidos. Tio Mário lembrou que quando quiseram fazer a cobrança da água por quantidade de quartos na casa, meu pai não deu trégua no jornal até um vereador abraçar a causa e resolver a questão. Ele era assim, preocupado com o povo, sem interesses políticos. Infelizmente, o espaço do meu pai não tem ocupação. Outro Ludovico, com tanta capacidade, honestidade e dignidade, acho quase impossível. O tio Mário também é muito bom de coração como raramente encontramos, mas o pai sempre teve uma personalidade mais forte. Era super respeitado, super amado. Muitas conquistas nesta cidade se devem a ele. Um dia, será que vão homenageá-lo?

E ao lado da minha mãe, uma pessoa pura e boa, sei que tiveram uma vida feliz e realizada.

Hoje também faz 15 anos que meu irmão gêmeo foi assassinado, antes de nos conhecermos. É estranho, fica um vazio, queria muito tê-lo conhecido, mas não era para ser, Deus sabe o que faz e um dia descobrirei.

...Feliz Natal... vou dormir...amanhã é um novo dia...

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