Amor da minha vida: Jéssica

Minha filha é uma bênção em minha vida. Não só porque ela é linda e perfeita. Acima de tudo ela é boa e tem um caráter impecável.
E olha, confesso que não sou a melhor mãe do mundo. Pelo menos quando penso na minha mãe acredito que fique devendo muito...
Eu fiquei grávida cedo, com 17 anos. Tive todo o apoio dos meus queridos pais, afinal estava sozinha, o pai da Jéssica já era ex-namorado quando descobrimos a gravidez... e ele já estava com outra. Também nunca precisei dele pra nada.
Lembro pefeitamente que no início meus pais até lamentaram por eu ser tão nova, mas depois do susto acabaram adorando a idéia. Acho que o fato deles nunca terem tido filhos naturais fez com que não só aceitassem minha gravidez, mas vivessem comigo cada instante. Simplesmente não deixaram faltar nada, nunca. Tinham orgulho de ver minha barriga enorme...
Quando ela nasceu então foi um sopro de vida para ambos. Há muitos anos, quando adotaram a primeira criança, descobriram poucas semanas depois que ela tinha sérios problemas de saúde, que jamais passaria dos dois anos, que daria trabalho, foi sugerido pelos médicos que evitassem o problema adotando outro bebê. Nenhum dos dois aceitou, já amavam o Ludoviquinho como filho. Ele viveu um pouco além das expectativas, naquele tempo meus pais tinham condições e o levavam para tratar-se em SP com o melhor pediatra da época, se não me engano Lavoisier... um que escreveu um livro sobre bebês.
O Ludoviquinho em sua curta vida conseguiu dar muitas alegrias para nossa família. Ele seria 3 anos mais velho que eu se vivo estivesse.
Foi um sofrimento enorme sua partida, apesar de que era prevista. Menos de um mês após minha avó materna ter um enfarto fulminante o pobrezinho faleceu. Contava minha mãe que ele chamava por ela... foi atrás da vovó...
Este acontecimento marcou muito minha mãe. Ela sempre falava desta tristeza, engordou, ficou mais apavorada com tudo.
Tudo isto acabou no dia em que pari a Jé, com 4.870g e 51 cm. Um super baby... que foi arrancada á forceps...
Meus pais foram os avós mais maravilhosos do mundo. Lembro que uma vez eu, ela e meu pai fomos pra Camburiú e tivemos que voltar antes pois a bichinha só chamava a vó...
Minha mãe colocava ela sobre sua barriga, ela dormia ali mesmo.

A Jéssica é esta maravilha de ser humano graças a eles, não a mim.
Era comovente como ela cuidava do meu pai desde que viemos morar com ele. Todos os dias ela ia até seu quarto ver se precisava de algo, se estava tudo bem... cuidava de sua comida, fazia seu café... chegava a levar na cama nos dias em que notava que ele tava meio indisposto.

Tenho orgulho dela. Ela é amiga, fiel e tem índole.
Não tem vergonha de ser quem é, hoje sabe que nossa vida não é mais a mesma, então resolveu trabalhar e apesar de andar com o pessoal da elite parnanguara, pode ser encontrada atrás de um balcão de uma loja infantil... sem frescura, sem vergonha. Acho que na idade dela eu não faria isso, era muito bestinha.
Isso me alivia, sei que minha filha é alguém consciente e tenho certeza que seu futuro será bem melhor que o meu.

Sempre fui uma mãe liberal. Por conta disso desde que tinha 12 anos ela vai em baladas. Passamos por discriminação por causa disso, em um determinado colégio particular algumas mães (mal-amadas, barangas e infelizes) resolveram reclamar por ela ser má-companhia e atrapalhar as outras em sala de aula. Só por quê ela perguntava sobre tudo o que não entendesse. E era má-companhia porque tinha muita liberdade, vestia mini-saia, top e o corpo sempre foi um espatáculo. Minha mãe sempre me abriu os olhos pra isso, ela sabia que por ser tão linda despertaria a inveja de pessoas. Foi isso, uma das mães que encabeçou o movimento é bem parecida com aquela atriz do filme "Ela é o Diabo"... e sua ingênua filha hoje já tem um bebê e consumia cocaína. Esta louca inclusive tentou atropelar minha filha... caso que parou no Conselho Tutelar e na Polícia Civil.

Minha filha além de trabalhar, de me ajudar em casa e de ser minha amiga, namora há quase 3 anos uma pessoa super bacana, nunca a vi bêbada (o inverso não é verdade) e nunca usou drogas... e espero que nunca faça esta besteira.

Ela não sai tanto quanto saía antes. Graças à Deus nossa relação só tem melhorado com o seu amadurecimento... e o meu...

Temos o mesmo gênio forte, às vezes sai umas faíscas, mas nada que não se resolva logo.

Minha filha é minha família... meu porto seguro... meu orgulho... o motivo do meu viver...

Jéssica... eu amo você mais do que tudo nesta vida...

Somos mãe e filha*!

* Ainda pequena ela me idolatrava tanto que me beijava e dizia:"a gente somos namoradas"!